Trabiju, município paulista, fica a
uns trezentos e poucos quilômetros da capital, oriundo da separação de Boa
Esperança do Sul, do sul para não ser confundida com a homônima mineira. Em
suas verdejantes paisagens, está localizada a Fazenda Pedra Branca, digna de
cinema, devido às suas belezas naturais e às mãos e bom gosto de seus
proprietários.
Ali viveram Chico, um cocker spaniel
e Bento, um labrador. Toninho e Ana, caseiros da fazenda, tinham a companhia
deles o dia inteiro, sendo testemunhas das algazarras e peraltices que eles
promoviam nos arredores da casa onde moram. Ora correndo atrás das angolas, ora
querendo alcançar o papagaio Loro, que ensinado pela Cíntia, filha do casal,
entoa o hino nacional, e vive chamando o pessoal da casa pelo nome. Até as
seriemas, presença diária nos arredores, se deliciando com as macadâmias que a
menina acostumou a lhes dar, eram sempre acossadas pelos dois cães. Eles não
davam sossego para ninguém. Eram da paz. Todavia, desconhecidos que se
cuidassem, pois, aí, eles avançavam para morder.
Um grupo de velhos amigos liderado
pelo dono da fazenda, costuma passar certos finais de semana do ano, no
paradisíaco lugar.
Sempre o Chico e o Bento recebiam essa
turma com muita alegria, pois todos já eram seus conhecidos. Para os filhos,
netos, sobrinhos e até os adultos parentes dos donos, então, os dois
tornaram-se como partes da família, pela maneira carinhosa com que se tratavam
uns aos outros.
Certa ocasião, o Chico sumiu, ninguém
tendo a mínima noção de onde estaria o safado do cachorro. Ficou vários dias
ausente, todos pensando: será que ele morreu? Será que foi levado por alguém?
Por fim, para a alegria geral, certo dia reapareceu como se nada tivesse
acontecido. Provável que tenha sido levado por alguma paixão...! Quem sabe? Estava
muito magro.
Passado um tempo, tornou ele a
desaparecer. Dessa vez não teve retorno. Foi assim. Chico e Bento saíram pela
noite, quiçá para uma caçada, ou em busca de uma aventura amorosa. Chico nunca
mais voltou. Toninho, o caseiro, acha que ele foi morto por um animal selvagem,
eis que, com certeza, ali eles existem, inclusive há nas imediações, um morro
coberto por fechada vegetação. Verdadeira floresta. Volta e meia, um gato do
mato deixa seus rastros. É uma hipótese não descartada. Outra hipótese, teria
ele sido engolido pela sucuri que o caseiro abateu, tempos depois, lá pelos
lados do açude. O fato é que ele nunca mais deu sinal de vida, para o desespero
de todos os que com ele conviviam!
Com o Bento, também, aconteceu um
fato interessante. Uma noite saiu para a costumeira caçada, tendo sido
encontrado, no outro dia, com o focinho todo espetado, na certa ocasionado por
uma luta com um ouriço. Grande sofrimento. Houve necessidade de ser anestesiado
para a remoção dos espinhos.
Certa ocasião, um fazendeiro vizinho
que possuía uma labradora, levou Bento com a finalidade de cruzamento. Nascendo
alguns filhotes, um deles veio morar com o pai.
Ultimamente, notou-se uma queda de
qualidade muito grande em sua saúde. A idade, já bem avançada, pesava-lhe, e, de
fato, pouco depois Bento morreu.
Chico e Bento deixaram muita saudade
em todos os que com eles conviveram na Fazenda Pedra Branca.
2 comentários:
Muito interessante a historia desses dois cães, mas como narra uma relação de amizade difusa, não me pareceu estar perfeitamente dentro dos parâmetros do concurso. Há pequenas incorreções que não chegam a prejudicar o texto. Parabéns a quem o produziu.
(Padrão usado em todos os textos comentados para dar a todos um tratamento igual). Fazendo pois uso dos critérios apontados no regulamento, deixo aqui minha impressão: ortografia, gramática e pontuação: pequenos pontos que podem ser arrumados mas que não prejudicam o entendimento do texto. Relato simples e que parece estar inserido na proposta do concurso (observando o requisito de demonstração de afeto pelo animal). Avaliação pessoal: bom. Parabéns à autora ou ao autor e muito boa sorte! (Torquato Moreno)
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