domingo, 31 de agosto de 2014

De 01 a 15/10/2014, os autores que concorrem ao Concurso de Textos do Blog, deverão enviar Planilha de Avaliação de textos devidamente preenchida, para o seguinte endereço:
gandavos@hotmail.com

Lembramos que: 

1 - Os textos 30 e 35 foram retirados do concurso pela autora;
2 - Os número 49, 50 e 60 não foram batizados pelos autores inscritos para o concurso. Portanto, não considerar.


Desejo a todos muita sorte

Um abraço

Carlos A Lopes
Blog gandavos/Concurso

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Ana Bailune

Encantadores de História do Gandavos


Chegou o novo livro organizado por Carlos Lopes, Gândavos - Encantadores de Histórias. Nele consta meu conto Califórnia, vencedor do concurso do blog Gandavos.

Participar de um concurso com escritores da estirpe daqueles que figuram no blog Gandavos é uma grande responsabilidade. A convite de Carlos A. Lopes, mas sem contar com esperança de vitória, enviei meu conto. Fiquei surpresa ao saber que venci, em meio a tantos outros contos maravilhosos. Mas para mim, o maior prazer foi poder ler todos eles! Contos baseados em fotografias poderiam torna-se repetitivos e monótonos, mas não foi, absolutamente, o que aconteceu com os deste concurso promovido pelo blog. Cada um narrou a sua história de maneira única, especial, com criatividade de sobra e muita propriedade. Assim, nasce mais uma vez, a coletânea de contos dos autores do Gandavos. E desta vez, para mim, com um sabor ainda mais especial.

Autores que participam do livro:


Carlos A. Lopes
Jussara Burgos
Alberto Vasconcelos
Anajara Lopes
Calêidian Assis de Sousa
Maria Mineira
Conceição Gomes
Geraldinho do Engenho
Alice Gomes
Mônica Caetano Gonçalves
Augusto Sampaio Angelim
Michele Calliari Marchese
Willes S. Geaquinto
Maria Nascimento
Marina Alves
Oliveira M. Oliveira
Geraldo Rodrix
Meire Boni
Sonia Biasus
Magnu Max Bomfim
Ana Bailune


Mais uma vez agradeço a Carlos Lopes pelo convite e parabenizo a todos que participam do livro.

domingo, 24 de agosto de 2014

JORNAL DA CANASTRA




O JORNAL DA CANASTRA oferece uma assinatura de 06 (seis) meses ao vencedor do SEGUNDO CONCURSO DE TEXTOS DO BLOG GANDAVOS.
O JORNAL DA CANASTRA é um informativo MENSAL que divulga: o turismo, meio ambiente, eventos, nossa história, etc.
Desde já, agradecemos a NANCY GONÇALVES DIAS, pela colaboração e incentivo ao nosso Projeto Literário.
Acesse o Site:  www.jornaldacanastra.com.br, que é um COMPLEMENTO diário do JORNAL DA CANASTRA IMPRESSO, que circula em várias cidades da Região do circuito da Canastra.

Carlos A Lopes
Coordenador do Concurso

Camisa padronizada aos vencedores

Este óleo sobre tela de Adenilton Lima será entregue ao vencedor do Concurso



Aos poucos, divulgaremos os brindes que serão entregues aos vencedores do Concurso de Texto Temático do Blog Gandavos. Ainda há tempo, envie seu texto para concorrer. Antes leia o regulamento. 

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Estudante - Autor: José Bueno Lima

No período após o término do curso científico no Arquidiocesano, a fase era dos vestibulares.
Em janeiro de 1959, sem cursinho preparatório, fiz vestibular em Curitiba, atendendo aos anseios de meus pais. Por pouco, não ingressei na faculdade de medicina da Universidade Federal do Paraná.
Antes, entre 1957/1958, cursei o Centro Preparatório de Oficiais da Reserva – CPOR – juntamente com o 2º e o 3º Científico, conforme já relatei em outra crônica, na área da Saúde.
Nessa época, a vida era muito agitada, e meus pais resolveram ir morar perto do colégio, na rua Tenente Gomes Ribeiro, a primeira travessa da rua Pedro de Toledo, que começa defronte ao Arqui. Assim, facilitava minha vida estudantil e militar.
Deixando de lado esse período, hoje, após todos esses anos, morando em Santo André, sempre que vou a São Paulo, e tenho ido muito, a maioria das vezes passo pelo colégio, indo pela rua Loefgreen, e vejo a beleza das instalações esportivas do mesmo. Já no meu tempo eram boas, agora então...!
Numa dessas rápidas viagens, lembrei-me de um fato interessante, que contando para a Iara, ao meu lado, ela gostou muito, achando que deveria eu relatá-lo, em um de meus textos.
Bem próximo ao colégio, na rua Domingos de Morais, havia o bar de propriedade de um árabe. Como o estabelecimento, era ele uma pessoa muito simples. Todavia, fazia uns produtos de sua terra, de qualidade ótima. Kibes e esfihas muito gostosas! E outros pratos. Quando meus pais estavam fora, coisa muito comum, ora em Santos, ora em Poços de Caldas, ia eu lá fazer minhas refeições. Daí, surgiu a amizade com o “Turco”, como o chamava. Certa ocasião, o encontrei não muito bem de saúde, sei lá se uma gripe, ou qualquer outro incômodo. Como ele sabia que eu estava cursando a área de saúde no Exército, e necessitando tomar uma injeção, solicitou-me que a aplicasse. Nunca havia eu feito esse procedimento em minha vida, apesar da noção do mesmo, uma vez que tínhamos aprendido a, teoricamente, executá-la. Baixou as calças, e lá fui eu...! Felizmente, deu tudo certo.
Injusto não registrar, também, a pensão do Galo, na Loefgreen, onde era costume almoçar, naquela época. Além da comida, muito boa, tinha ele umas filhas igualmente bem bonitas e atraentes! E loucas para fisgar um estudante...!
Entretanto, eu era muito tímido!

Autor: José Bueno Lima - Santo André/SP

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Os conselhos da maldade - Autor: Magnu Max Bomfim

No sertão do Tira-Teima, lugar amaldiçoado e empesteado de tudo o que não presta, reino do satanás, ali ele manda e desmanda, atiça ódios e rancores, atiça ciúmes e vinganças, um velho Senhor, daqueles coronéis que reinam naquelas bandas, caminha lentamente acompanhado pelo seu filho caçula por entre quiçaças e arvoredos espinhentos e se aproximando das fraldas da serra calmamente entrega ao rapaz um revolver trinta e oito e uma carabina:
- Todos os seus irmãos já estiveram neste local e aqui ensinei pra eles a arte de atirar, lembre-se que não se atira numa pessoa pra espantá, mas atira pra mata!
- Pai! Eu não tenho a mínima intenção de matar alguém!
- O que predispõe a gente matar é a situação, o momento, o repente, as circunstâncias, a tentação, e nestes grotões mais cedo ou mais tarde você se arderá em desejos de matar alguém! Das vezes o tinhoso governa o senso da gente e coisas ruins acontecem!
- Pai! Esse tempo das brutalidades já passou!
- Passou? Seu irmão mais velho, o Trajano, morreu abestalhadamente ele não viu, se viu não entendeu os sinais da traição, uma ladina com os seus encantos atraiu o pobre coitado para um encontro fatal e o matador já estava na espreita, na mira certeira da sua cartucheira peneirou o peito dele, no tombo já estava morto! Seu outro irmão o Tertuliano por prestar um pouco mais de atenção nestas coisas, nestes sinais, escapou da morte por pouco, ferido, mas sobreviveu! O Teófilo nunca se meteu em encrencas, medroso, sabe manejar as armas, observa todos os rastros que cruzam o seu caminho, desconfiado vive no resguardo da proteção!
- Pai! O Senhor tem tantos inimigos assim?
- Filho! Amigos e inimigos são tudo a mesmíssima coisa, não se confia nem num, nem no outro, o aliado de hoje pode ser o inimigo no amanhã, o inimigo de hoje pode ser o aliado daqui uns dias, o que diferencia um do outro são os pequenos detalhes, os mínimos detalhes, porque no mais em tudo se assemelham, o que você tem que fazer é ler o pensamento deles e se antecipar na ação!
- Começa o treino filho! Atira primeiro com o revolver e vai mirando em qualquer coisa, depois atira também com a carabina, toda arma de fogo no disparo da um coice, sendo assim tem que agarrá-la com vontade, arma de grosso calibre o apoio tem que ser bem mais firme, pois o coice que elas dão pode machucar ou até quebrar o ombro!
Assim o rapaz foi atirando em tudo e tudo se transformava num alvo, mesmo assim perguntou:
- Pai, que fim levou aqueles que participaram da morte do meu irmão, o Trajano?
- Teotônio, as pessoas te respeitam pela sua honestidade e honradez, mas mais te respeitam pela sua maldade, pela sua crueldade, pelas brutalidades que você é bem capaz de cometer nas vinganças, o que agora vou te contar é um segredo, quase todos aqueles que ajudaram a matar o Trajano já estão debaixo da terra, o tatu na certa há muito tempo já comeu as suas carniças! E não foi difícil encontrar os criminosos, todos sabiam que um raio, um tiro, uma pedrada ou qualquer outra desgraça haveria de atingi-los...
Aquela prostituta, a isca que atraiu seu irmão para a arapuca, a gente trouxe ela para estas furnas, e um ferro em brasa destes marcar o gado destramelou a língua daquela piranha e a laranja depois de espremida a gente degolou, buscamos o dono daquele dedo que puxou o gatilho matador, esbarramos num homem firme, decidido, por mais que retalhassem as suas carnes ele mantinha a boca fechada, gemia, mas não chorava, buscamos então a sua mulher e o seu filhinho, descarnamos a mulher e ele continuou com a boca fechada, mas quando a gente aproximou da cara do seu filhinho o ferro em brasa, aquele mesmo de marcar o gado ele implorou por clemência, piedade, se entregou e cantou o nome de quem encomendou o assassinato do seu irmão! Um fazendeiro, um amante enciumado que não aceitava que o cabeçudo do seu irmão também desfrutasse das carícias daquela meretriz.
- Pai e o que aconteceu com o matador de aluguel e sua família?
- Eles estão enterrados nas valetas destes morros e serras em profundezas tal que nem o urubu o cheiro da carniça percebeu, nestes confins nem todo aquele que anoitece, amanhece, das vezes num encanto desaparece!
- E a criancinha?
- Filhote de cascavel também é cascavel então a gente esmaga a cabeça, se não lá na frente ele crescido cresce no ódio e vem nas vinganças pro nosso lado, essa é a lei do cão, mas é esta a lei que impera nesta terra amaldiçoada.
Fez se um breve silêncio e o rapaz um tanto assustado voltou a atirar nos  troncos das árvores sem parar de perguntar:
- E o que aconteceu com o fazendeiro que mandou matar o meu irmão?
- Ele ainda esta vivo!
- Eu não consigo compreender se ele é o mandante do assassinato e ainda continua vivo!
- Teotônio, um tinhoso daquele a gente preserva, num mata não, ele tem que viver pra sofrer, mas sofrer muito, se morresse já estaria aliviado da dor, um verme daquele a gente conserva e vai matando aos tiquinhos, a gente não fere o corpo, vai destruindo a sua alma por inteiro e a sua vontade de viver, ele tinha uma única filha, mocinha, seu xodó, sua alegria, vigiamos os passos dela, colamos no seu corpo os nossos olhos e os nossos desejos de beber aquele sangue inocente e puro, rastreamos.
Sem pressa alguma acompanhamos a mocinha por todos os cantos, descuidaram, num baile de casamento as nossas garras alcançaram aquela mimosa linda jovem flor e a arrastamos para estes grotões e nos dias seguintes abusamos da coitada com todas as maldades possíveis e no escuro da noite colocamos o seu cadáver no estradão da roça daquele ordinário!
O pai recolheu a sua flor agora do viço desprovida, no peito na certa uma dor cortante, pungente, nas lágrimas jurou todas as vinganças, chora todos os dias com saudades da sua filha, dizem não consegue mais dormir, pois imensos pesadelos assolam a sua alma afora, é assim que a gente vinga marcando a ferro e fogo a alma deste filho do satanás que enciumado dos favores de uma prostituta bobamente matou o meu filho, mas ele sabe que fui eu quem matou a sua filha, como ele sabe que eu sei que foi ele que de uma forma ou de outra matou o seu irmão, o jogo esta empatado, e não permanecerá empatado por muito tempo, sinta que as coisas andam um tanto silenciosas, é o tinhoso botando vinganças em todos os corações.
Conseguimos colocar nos ouvidos da sua esposa o recado maldoso que o seu marido tinha um caso com a sumida piranha e ela hoje o despreza descaradamente e dizem que até dorme com o seu capataz, a gente precisa na paciência é ir solapando as defesas do inimigo, hoje ele procura a morte, frequenta o meretrício donde sempre sai carregado completamente bêbado, das vezes pela alta madrugada cavalga sozinho no breu da noite sonhando com uma bala matadeira que o livre destes pesadelos, mas nossa vingança é mais cruel e não para aí, alguém da nossa confiança piou nos ouvidos daquele sujeito amaldiçoado um triste recado, que a sua esposa esta colocando na sua testa um par de chifres justamente com o seu capataz, de duas uma, ou o fazendeiro chifrudo mata o capataz ou o capataz desconfiado, temeroso, ataca primeiro matando o amaldiçoado.
Até a maldade tem a sua ciência e seus requintes, mexer no braseiro das ignorâncias e das vaidades dos homens usando as mãos de nossos inimigos é esperteza das maiores, e como que se inocentes a gente fosse e amoitado ficamos na espreita, esperteza é guiar o pensar e o sentir destas pessoas e eles acabam se comportando e fazendo tudo aquilo que a gente engendrou, assim meu filho estar sempre preparado para o pior é alongar os nossos dias, faça a sua parte, presta atenção no que estou falando e concentre mais no mirar, pois esta errando muitos tiros!
- Teotônio, meu filho! Alarga os teus ouvidos e a tua alma para o que agora vou te falar, e é este o maior e o mais importante de todos os ensinamentos para sobreviver nesta seara avermelhada de maldades...
“A sua arma tem que estar sempre ao alcance da sua mão, mas isto não basta, você tem que saber manejá-la com a máxima perfeição possível assim você já estará a meio caminho da vitória.”
E o tempo foi passando e todos os dias o velho pai ensinando e aconselhando o filho o duro ofício de matar, de nunca se apiedar dos vencidos, matar e esfolar nas brutalidades pra ser respeitado na má fama pelos cafundós alastrada, e é preciso ver, sentir e interpretar os sinais...
Sempre chove na florada da mangueira, na tarde avermelhada a madrugada é fria, coruja piando de dia é  mau agouro, em dias silenciosos a morte esta ceifando, alegria excessiva é sinal de desgraça, o joão de barro não faz a entrada da sua casa para o lado mais chuvoso...
- Teotônio meu filho, no final das contas o que conta é que a gente não conta pra ninguém das nossas estratégias, nem para aos nossos olhos, pois eles bem são capazes de nos denunciar, o traidor tanto pode ser aquele que beija a tua mão como pode ser aquele que no escuro da alma te atira pedras, acautela-te, deixe teu pensamento vagar, guarde na tua mente a imagem de todos os seus amigos e inimigos, mergulhe pra dentro de suas cabeças e aprenda a decifrá-los. Teotônio, encontre uma moça de boa família, case e tenha muitos filhos, mas nunca se esqueça de que uma mulher traída é o pior dos inimigos que um homem nesta vida pode arrumar...

Autor: Magnu Max Bomfim - Igarapava/SP

Página do autor:
http://www.recantodasletras.com.br/autor.php?id=88152

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Viagem poética

Autora: Conceição Gomes

Foi muito especial! Iniciamos por COPACABANA, a princesinha do mar. A GAROTA DE IPANEMA desfilava todo o seu charme e seu balançado que é mais que poema. Fomos matar a saudade dos velhos carnavais na PRAÇA ONZE, onde MARIA CANDELÁRIA E MARIA ESCANDALOSA, juntamente com AS PASTORINHAS, batiam um animadíssimo papo com o BÊBADO E A EQUILIBRISTA.UM belo prédio estava em CONSTRUÇÃO e seu mestre de obras era PEDRO PEDREIRO. Subimos o CORCOVADO e lá encontramos CAROLINA, JANUÁRIA, LUIZA, BENVINDA. MADALENA FOI PRO MAR, porisso não a vimos. Quem estava ensaiando uma VALSINHA, foi JOÃO E MARIA. Estavam sendo observados pela MORENA DE ANGOLA, que não liga nem um pouco para as mazelas do COTIDIANO. Lá do alto contemplamos O BARQUIHO singrando a baia de Guanabara, capitaneado pelo MESTRE-SALA DOS MARES. Descendo do Corcovado fomos DO LEME AO PONTAL, para fazer um boa caminhada. No caminho encontramos o MENINO DO RIO, belo e saradíssimo com sua prancha de surf. Subimos A MONTANHA até Petrópolis. A PRAÇA principal estava toda enfeitada para ver A BANDA passar. Por lá encontrei o MEU CARO AMIGO. De Petrópolis fomos a SAMPA. Passamos um DOMINGO NO PARQUE e saboreamos uma FEIJOADA COMPLETA. Fizemos questão de pegar o TREM DAS ONZE para visitar a SAUDOSA MALOCA. Alugamos um CALHAMBEQUE e fomos dar um bordejo pela RUA AUGUSTA. A noite, ao som de uma VIOLA ENLUARADA, fomos dançar nos BAILES DA VIDA. Lá estavam animadíssimas, DIANA e a MARCIANITA, agora radicada para sempre no planeta terra. Eu lhes digo, foi uma FESTA DO ARROMBA. Muita MENINA LINDA. O BOM RAPAZ, também estava por lá. Como é PRIMAVERA, aproveitamos as MANHÃS DE SETEMBRO e fomos até o nordeste. Lá encontramos o MENESTREL DAS ALAGOAS, que com seu CORAÇÃO DE ESTUDANTE e AQUELES OLHOS VERDES, sem MÁSCARA NEGRA, apesar de ser a NOITE DOS MASCARADOS, apreciava deleitado um CHÃO DE ESTRELAS no seu BARRACÃO DE ZINCO. Não podíamos deixar o Ceará de fora. Lá ouvimos a SÚPLICA CEARENSE, tomamos banho na praia do MUCURIPE e ainda vimos o PAVÃO MISTERIOSO. Nossos poetas sairam encantadas com a FASCINAÇÃO do CORSÁRIO, que mora bem pertinho dali, em PORTO SOLIDÃO. Não houve tempo para ver o LUAR DO SERTÃO. Andamos mais 60 LÉGUAS até Minas para saborear um gostoso TUTU COM TORRESMO. No restaurante ainda vimos JOANA FRANCESA e fomos olhar AS VITRINES. Garanto que foi um passeio e tanto...Acredito também que nossa AMIZADE SINCERA não VAI PASSAR. DE VOLTA PRO MEU ACONCHEGO, que é de todos nós, cantamos juntos o SAMBA DO GRANDE AMOR, PARATODOS os poetas, ao som do PIANO DA MANGUEIRA. Prometemos ser AMIGOS PARA SEMPRE. Eu lhes convido para um almoço especial só com comidas típica deste Brasil? Topam? Afinal, AMIGO É PRÁ ESSAS COISAS. Assim, escapamos um pouco da RODA VIVA. De vez em quando é bom sair por aí SEM LENÇO E SEM DOCUMENTO, assim como fez o FIO MARAVILHA, para curtir qualquer CIDADE MARAVILHOSA por este Brasil afora.


Autora: Conceição Gomes - Curitiba/PR

Página da autora:

http://www.recantodasletras.com.br/autor.php?id=54344


De volta para o aconchego

Autora: Conceição Gomes

Cá estamos de volta para o Brasil, Paraná e Curitiba. É gratificante ouvir o nosso sotaque, ver a nossa gente tão igual e tão diferente ao mesmo tempo...Foi muito bom ter contato com outro país, foi nossa primeira vez.  Gold Coast, onde ficamos, é um pedaço da Austrália, a Costa Dourada. Já falei de quase tudo o que me foi possível observar, mas estou no meu aconchego. Aqui estão as minhas raízes, a minha família, os meus amigos. Em outros tempos de minha juventude, talvez eu me aventurasse a morar em outro país, hoje não. Gosto da alegria do brasileiro, dos nossos sabores, da nossa diversidade. Gostaria muito que o nosso Brasil tivesse a qualidade de vida dos australianos, a segurança, a ordem, a igualdade social.   Asseguro que pelo menos em Gold, não vi pobreza, me pareceu até tudo muito igual, com exceção da marina onde ficam os barcos, iates, veleiros. Ali vemos a cara da riqueza escancarada, como diz um sobrinho meu. Há aspectos interessantes, impensáveis aqui no Brasil. Os supermercados não vendem bebidas alcoólicas. Há revendedoras exclusivas para isso e se há dúvida quanto a idade de um jovem que deseja comprar esse tipo de bebida, tem que apresentar o documento provando que é maior de idade. Farmácias não vendem quase nada sem receita, mas há um lado menos glamoroso nisso: há assalto para roubo de medicamentos com o objetivo de manipular drogas. Outra coisa, os australianos ruivos são discriminados veladamente. Há um termo usado para designar essas pessoas. Lá no Pará, quando víamos um branco de cabelo ruivo e ainda pixaim, chamávamos de sarará. É mais ou menos isso que designa os ruivos australianos. Os imigrantes -e são milhões- são a base das atividades que exigem mão de obra menos especializada. Os jovens de Gold, em sua grande maioria, não querem o trabalho braçal. Indianos, japoneses, chineses, brasileiros (Bahia, Minas, São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Ceará...) formam a massa trabalhadora nos hotéis, bares, construção civil, pizzarias, atendentes em lojas etc... Mas se perguntamos se eles querem voltar, para seus países, a resposta quase sempre é não.  Um estudante que trabalha cerca de 50 horas semanais, em dois empregos, ganha cerca de 850 dólares por semana. É trabalho duro, mas eles dizem que vale a pena, então, que seus sonhos se realizem. Conhecemos uma jovem de Brasília que já conhece quase toda a Europa só com o que ganha como estudante. Não sei se dá para economizar, ela disse que sim. Para quem deseja aventurar-se a ir para a Austrália, tem de investir no inglês, deve ter coragem para trabalhar (a não ser que os pais banquem o sonho).

Como eu já disse, Gold Coast respira surf.  Vimos muitas crianças mal saídas das fraldas já com suas pranchas e os pais incentivando a prática.  Parece que quando elas nascem já vão dizendo: quero uma prancha. Aprender a surfar faz parte das aulas de educação física por lá.

Vou ficando por aqui, dizendo que estou feliz por estar no meu aconchego e já pensando em outro projeto de viagem, desta vez para a Europa, se Deus quiser.


Autora: Conceição Gomes - Curitiba/PR

Página da autora:

http://www.recantodasletras.com.br/autor.php?id=54344

Obs: relato sobre a volta para o meu Brasil em 2010.